sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, OS ESSÊNIOS

      Havia, nos tempos bíblicos, uma outra classe de indivíduos que viviam isolados no deserto da Judeia. Eram os ESSÊNIOS. Os Evangelhos não fazem referência a eles, porém, Josefo, um historiador judeu,faz referência a esta sociedade que viviam de modo asceta. Em 1947, um pastor de ovelhas, próximo a região do Mar Morto, encontrou em uma caverna onze vasos que remontam aos tempos do Novo testamento, eles foram datados como anteriores ao ano 70 d.c. , dentro deles uma série de pergaminhos onde estão escritos regras da comunidade e alguns livros do Antigo Testamento. Embora pouco falada nos livros de História, esta descoberta foi uma das maiores do século vinte.
      OS ESSÊNIOS eram uma seita judaica mais fervorosa e radical do que a dos fariseus ( sobre este grupo ver meu artigo anterior), eles isolaram-se de tudo o que fosse "mundano", isto lembra a linguagem de alguns grupos religiosos da atualidade, que confundem o conceito bíblico de mundo com impureza ritual. Não havia mulheres entre eles, quando defecavam enterravam as suas fezes, não comiam carne, tomavam também banhos rituais, todos os dias.
    Alguns cogitam a ideia de que Jesus era um essênio. Pura loucura, pois, o Filho de Deus abraçou pecadores, incluiu, conviveu com eles, comeu com eles e não praticava abluções, ao contrário, condenou tudo isto. Tudo era aparência de sabedoria e de humildade.
       Para pensar ,
       Prof. José Costa.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS : FARISEUS E SADUCEUS.

              Em Israel nos tempos de Jesus havia alguns partidos políticos-religiosos, entre eles os Herodianos, Fariseus e Saduceus. O Herodianos eram os bajuladores de Herodes, era mais político que religioso. O partido dos fariseus surgiu no século segundo antes de Cristo, o termo significa separado, piedoso. Eles entraram em cena quando a nação de Israel foi alvo do Helenismo, uma espécie de mistura dos costumes gregos com os judeus. Lutaram contra a helenização de Israel e foram perseguidos. Na época de Jesus eles faziam parte do Sinédrio judaico, juntamente com os Saduceus. O centro do culto para eles era a observância estrita a lei, a Torá. Fizeram também comentários acerca da lei e consideravam tais comentários inspirados. Objetivavam controlar cada parte do comportamento humano pelas regras externas. Viraram legalistas, como grande parte das igrejas atuais, principalmente as "pentecostais". Pregavam uma santificação aparente, exterior, de piedades externas, viviam da fachada. Eram sem misericórdia. Praticavam uma pureza ritual. Eram um partido seita judaico. Jesus os reprovou-o veementemente.
     Os Saduceus eram o partido aristocrático controlavam as finanças do templo, o centro do culto para eles era o templo. rejeitavam anjos e a ideia da ressurreição. também faziam parte do Sinédrio. Rejeitaram Jesus por causa do seu discurso "duro" e, para não perderem seus privilégios, o mataram, junto com o Sinédrio.
          A História se repete na atualidade com confrarias religiosas e estruturas de poder montadas, vazias e ocas.  PENSE NISSO.
           PROF. JOSÉ COSTA.

sábado, 25 de agosto de 2012

ESCRIBAS E DOUTORES DA LEI.

      Quem eram os escribas e doutores da lei, na época de Jesus? os Evangelhos fazem alusão a eles de forma abundante. Jesus assume uma posição de contestação em relação a estes indivíduos.Muito eu teria que falar, porém, irei fazer um resumo básico.
      Nem todo escriba era doutor da lei, embora todo doutor da lei fosse, de fato, um escriba. Eles surgiram em um período pós-exílio, quando os judeus começaram a se organizar em sinagogas, estes centros de estudos da Torá, a lei de Deus. Era o século sexto antes de Cristo, para simplificar a data. Nos dias bíblicos, faziam parte do Sinédrio, esta corte judaica que possuía grande força em Israel. Na verdade, os doutores da lei tinham grande influência, principalmente na educação de indivíduos e no seu julgamento. Eles tinham feito "uma cerca em volta da lei", eram respeitados por todos, monopolizavam a educação. Diziam que viviam da lei e para a lei. Enquanto os sacerdotes viviam no Templo, os escribas viviam na sinagoga. foram eles que fizeram vários comentários acerca da lei, as tradições dos anciãos, o Talmude o Mishnah, etc. Jesus reprovou-os de modo severo, principalmente no livro de Mateus ( ver o capítulo 23). A grande contestação de Jesus era a de que eles esqueceram do espírito da lei e se apegaram a sua letra, tinham se tornado, portanto, letristas, e a letra mata, as palavras, de fato, são espírito e vida, não são letra morta. A História da igreja é uma História de letra que mata, com raras exceções. Foram eles que produziram "pequenas leis morais" que eram acréscimos a palavra de Deus, isto lembra o legalismo das igrejas, com seus códigos de conduta moralista e castrador. Jesus "odiou" tudo isto e foi perseguido por eles, pois, a vida(palavra) foi perseguida pela morte ( letra).  Para pensar. prof. José da Costa Moura.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, O SÁBADO.

     O Sábado em Israel era repleto de significado. Ele está inserido nos dez mandamentos, de fato, era um mandamento estritamente observado em Israel, nos dias de Cristo, pois, os contemporâneos de Jesus se apegaram a LETRA DA LEI, esquecendo do seu espírito.
      Em Cristo tudo foi consumado, inclusive a LEI, como exposta no Antigo Testamento, Jesus é a maturidade, é o cumprimento. O Novo Testamento é a maturidade da revelação divina. Colossenses capítulo dois fala sobre o assunto, a carta aos Hebreus e aos Gálatas, também. É tudo aparência de humildade.
       A grande questão é: por que o Sábado foi instituído? Não se diz no Antigo Testamento que Deus descansou? A resposta é simples. Em primeiro lugar ele foi colocado como um fator social, em um tempo no qual Israel estava organizado em tribos e depois como uma nação organizada, era um mecanismo de proteção ao judeu mais pobre, a fim de que ele não fosse explorado por patrões injustos. Era uma lei social. Deus estava sendo humano. Era também um meio pelo qual o israelita deixasse o ativismo e, descansando, meditasse. A própria palavra sábado significa descanso (eis o espírito da lei), esse espírito não foi compreendido pelos patrícios de Jesus. A essência do sábado não é o dia em si, pois, o calendário é uma convenção humana, é o espírito. qualquer dia ou momento torna-se sábado para mim, quando eu descanso. Deus não descansa "meu pai trabalha até agora e eu trabalho também", imagine se Deus descansasse em dia de sábado? Imagine parar as emergências dos hospitais, a polícia parar, etc. que caos.
      Jesus trouxe o sábado para o seu devido lugar, a essência dele, a carta aos Hebreus também fala da questão. Meu sábado é hoje é amanhã é qualquer momento quando eu descanso no Pai, pois, o Sábado, no seu espírito é descanso. O resto é aparência de humildade é letra morta, e a letra mata. Pense Nisso e descanse, pois, antes de haver sábado como dia do calendário havia o espírito do descanso no Pai que deve permanecer, quer seja no sábado, segunda ou outro dia, Prof. José Costa.
     

domingo, 19 de agosto de 2012

O MAU, O MAL, A ESSÊNCIA E A CONSEQUÊNCIA.

      Durante a História da Filosofia, da teologia, da psicologia e de tantas outras ciências, a origem de mau sempre foi objeto de debate. Não existe consenso até hoje sobre o assunto. Ora, quero a princípio, salientar os conceitos de mau e de mal. O mal é uma consequência do mau, logo, o mau designa uma essência perversa, má ( desculpe a redundância). Assim como o bem designa uma consequência de algo que é bom; a bondade, pois, é essência, surge na subjetividade, aliás, a verdadeira bondade, visto que no mundo caído certas manifestações de "bondade" tem na sua essência a maldade ( ou será Maudade?rsssss). O mal é objetividade, é algo externo, visível, algo que se contempla, no entanto, certos males tem verdadeiros efeitos terapêuticos, muitas vezes, para o ser. Do ponto de vista da língua portuguesa, mal é contrário de bem e mau contrário de bom. Do ponto de vista metafísico são conceitos que andam intrinsecamente ligados, porém, neste mundo, podem relativizar-se, pois, nossa visão é em parte. No entanto, mau é mau na essência, mesmo quando vem travestido de bem. E bem é bem na essência, ainda que venha travestido de mau.
         O MAU, A MEU VER, É UM DESVIO DO BEM, LOGO, NÃO FOI CRIADO E SIM CORROMPIDO, É UM PRODUTO DE UMA SUBSTÂNCIA CRIADA QUE VEIO A DESVIAR-SE, PERVERTER-SE.
            PARA PENSAR , PROF. JOSÉ COSTA.

sábado, 18 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, A MULHER EM ISRAEL

            Na antiguidade, a condição da mulher era absolutamente de inferioridade. Em Roma, por exemplo, era vista como uma espécie de empregada do lar, embora a condição nesta cidade era melhor do que na Grécia, alguns poucos romanos não possuíam esta mentalidade. Na Grécia, ela era inferiorizada. Esparta era uma exceção, mesmo assim, era vista como procriadora de espartanos saudáveis. Nos tempos de Cristo, na Palestina, o sexo feminino era tido como um objeto. Alguns escribas chegaram a dizer que a mulher não possuía alma, outros que ela era um bem, assim como uma casa, uma capa, etc.
       O marido podia pedir o divórcio por qualquer motivo, um simples almoço que queimasse era tido como um motivo de separação, se assim o homem desejasse. Era proibido para uma mulher falar com um homem em público, e quando Jesus conversou com uma samaritana escandalizou os discípulos. O Mestre não compartilhava, evidentemente, com esta posição de espoliação pela qual a mulher era alvo. Foi servido por mulheres e deixou ser tocado por uma "pecadora" na casa de Simão. A mulher que foi flagrada em adultério foi alvo da bondade de Jesus, quando estava sendo acusada por Fariseus moralistas e tarados ( todo moralista é pervertido interiormente, o seu moralismo mostra a sua condição interior de perversão)  ela foi perdoada do seu erro e advertida a não praticá-lo de novo. Mulheres na Bíblia são tratadas pelos escritores com certa benevolência e quando Paulo diz que os maridos amem suas esposas como Cristo amou a igreja mostra claramente que o texto bíblico não é machista, ao contrário, é libertador.
            Falando com confiança e esperando ser entendido.
            Para refletir.
            Prof. José Costa.
            

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS. CRISTO FALAVA GREGO, HEBRAICO OU ARAMAICO?

     Que a Palestina nos dias de Cristo era domínio Romano todo mundo sabe, porém, vale perguntar: que língua Jesus falava? Será que o latim era usado por Ele em suas parábolas? bom, basicamente falando, podemos resumir a questão da seguinte maneira: a Terra de Israel, em seus dias era palco de conflitos, choques culturais, etc. o HEBRAICO foi uma língua dominante durante grande parte dos tempos bíblicos do Antigo Testamento. podemos dizer por exemplo, que Davi falava hebraico, bem como Salomão e Roboão. Boa parte dos escritos bíblicos foram redigidos em HEBRAICO. Após o exílio  na Babilônia, porém, quando os judeus voltaram a Terra Santa, o ARAMAICO passou a ser a língua corrente, pois, o Império Persa difundiu tal língua. Este ARAMAICO não era, como pensam alguns, uma corruptela do HEBRAICO. Absolutamente não. Era uma língua que derivava dos Sírios, uns parentes dos Judeus. eram também chamados de Arameus, a esposa de Jacó, Raquel, foi descendente deles.
      Quando chegou os dias de Jesus, a plenitude dos tempos, o hebraico era a língua da liturgia, dos cultos oficiais, dos escritos sagrados, porém, o ARAMAICO era a língua do dia a dia. Jesus falava HEBRAICO, pois, na sinagoga ele ler  o texto sem auxílio de intérprete, no entanto, no cotidiano a sua fala era aramaica, como da maior parte dos judeus da Palestina. Não sabemos se ele falava grego, não há prova disso, é possível que sim, todavia, não há certeza. Partes de Mateus foi escrita em ARAMAICO, e expressões como ABBA é puro aramaico. Talita Cumi também é expressão desta língua. Quem se interessar pelo assunto, leia JOAQUIM JEREMIAS, especialista em Novo Testamento, e nas parábolas de Jesus.
       Para aramaizar, ops, para pensar.
       Prof. José Costa.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, A ESCRAVIDÃO EM ISRAEL.

     Havia escravos entre os Judeus nos dias de Jesus? a resposta é sim. O Antigo Testamento mostra claramente que existia, entre os Hebreus, uma forma de escravidão, e esta ainda vigorava nos dias de Cristo. Vale porém salientar que esta instituição tão perversa chamada escravidão não era praticada da mesma maneira em relação aos romanos e gregos, por exemplo. Ora, em Roma o escravo era considerado uma mercadoria, na Grécia também. Na História do Brasil o sistema escravocrata foi cruel, com raras exceções de alguns senhores mais humanos. Em relação aos tempos do Antigo Testamento, ela havia diminuído, porém, basta ler algumas páginas do Novo Testamento para notar que  ainda existia.
     Jesus, em algumas parábolas, faz alusão a escravos (servos). No entanto, era uma escravidão mais humanizada, mais branda, por assim dizer. Era proibido ao senhor do escravo mutilá-lo, por exemplo. Maltratar um servo, nem pensar. Os israelitas deviam se lembrar dos tempos em que foram escravos no Egito. O Antigo Testamento asseverava que se um senhor ferisse seu servo, devia libertá-lo. Existia um ditado na época de Cristo que dizia o seguinte:  quem adquire um escravo, adquire um custo, um peso a mais. Vale lembrar que, após sete anos, o escravo Hebreu devia ser libertado. Diante de tudo isto fica fácil entender porque Jesus não bradou contra a escravidão nos seus dias. Frisou, no entanto, a escravidão espiritual.
      Para pensar.
      Prof. José Costa.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A VIDA NOS DIAS DE JESUS, HERODES, O GRANDE.

     O Império Romano dominava a região da Judeia quando Jesus nasceu, no entanto, havia um homem com um título de Rei que administrava esta região em nome do Imperador, este homem era Herodes, O Grande. Como ele chegou ao poder? a história é longa e cheia de tramas, intrigas e traições, no entanto, irei direto ao assunto, tentarei resumir a questão.
       Lembram da história narrada por Mateus, acerca da matança dos inocentes? esta ordem de matar as crianças veio deste homem. Ele chegou ao seu cargo por meio de manipulações e estratégias políticas, ora, décadas antes, Roma estava envolvida em um jogo de poder onde figuravam Júlio César, Marco Antônio e Otávio augusto, César foi assassinado, Antônio suicidou-se sobrou Otávio, que, torna-se Imperador, a judeia estava envolvida numa guerra civil, cuja explicação tomaria muito tempo. Herodes foi escolhido por Otávio Augusto para pacificar o território. Conseguiu o feito e passou 41 anos no poder. Ele era um homem hábil na política, porém, cruel, não hesitou em matar a própria mulher quando suspeitou dela. Era um homem de várias facetas. Este Herodes não deve ser confundido com Herodes Antipas, "aquela raposa" no dizer de Jesus. Quando ele morreu Jesus ainda era criança e o "seu território" foi "herdado por seus filhos: Herodes Antipas, Herodes Filipe e Arquelau. Antipas ficou com a Galileia; Filipe com a Itureia e Arquelau com a Judeia. Arquelau morreu e a judeia passou a ser administrada por procuradores, sendo Pôncio Pilatos o procurador na época de Jesus.
         Quem lê, vai entender.
          Prof. José Costa.

domingo, 12 de agosto de 2012

BOM PRAZER E MAU PRAZER. A NEUROSE CRISTÃ E A LICENCIOSIDADE ANTIGA.

     Na sociedade romana antiga, bem como na Grécia da antiguidade, com algumas exceções, o prazer era enfatizado como algo bom, digo, o prazer pelo prazer. Ora, isto gerou a licenciosidade tão evidente nessas sociedades. A História nos mostra que tais sociedades antigas eram marcadas pelo desregramento, pela total degradação humana, haja vista os bacanais gregos e romanos. Com o advento do Cristianismo, o pêndulo partiu pra outra direção: a total supressão das pulsões, na Idade Média, por exemplo, a mulher que tivesse um orgasmo era alvo da tirania eclesiástica. Isto gerou muita neurose e histeria. Freud que o diga, o século dezenove foi o século da histeria.
            A meu ver o prazer é algo bom, aliás, comer dá prazer, tomar água, conversar com os amigos, etc. é o bom prazer, sem exageros. O prazer torna-se mal quando ele dilui o ser, quando vem acompanhado de falta de solução para o ser, quando vem acompanhado do desvalor, da insanidade, da falta de limites, da falta de inteligência. Quando vem desacompanhado do amor que lhe dá maturidade e legitimidade. Existe um bom prazer e o mau prazer, a promiscuidade, os bacanais dos antigos gregos, a entrega a toda forma de paixão dos antigos sem o vínculo da afetividade era um mau prazer, visto que vinha acompanhado, também, da falta de afetividade focada em um sujeito relacional de amor. Quando este prazer vem acompanhado de afetividade relacional é o prazer alegre, com gozo, quando existe vida e afeição relacional, sem dissolução do ser.Quem lê, entenda.
                Prof. José Costa.

sábado, 11 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, CÉSAR ENGOLINDO DEUS E DEUS ENGOLINDO CÉSAR.

      A Palestina de dois mil anos atrás era uma região subordinada ao Império Romano, possuía uma certa dose de autonomia, porém, não era independente. Ora, o Império de Roma possuía uma política de expansão, no entanto, ao conquistar o território, permitia uma certa liberdade dos povos conquistados, desde que pagassem impostos e não interferisse na política romana, é claro.
      O Sinédrio era uma Corte Julgadora, como já falamos, e, que, em certa medida, era tolerada por Roma, no entanto, no pensamento do Império, César ( o imperador) devia engolir tudo, tudo estava subordinado a ele. Sacrifícios eram oferecidos ao líder romano e ele devia ser extremamente honrado. Era César engolindo tudo. Para os Judeus, no entanto, Deus engolia César. Alguns até entendiam, de modo moderado, o fato de Roma conceder paz, em certa medida; no entanto, para maioria dos contemporâneos de Jesus, eles eram ímpios que não estavam subordinados a lei de Javé, eram pagãos idólatras, que, além de tudo, cobravam impostos acachapantes. Esses invasores, então, deviam serem expulsos. Alguns partidos radicais como os Zelotes, pregavam a luta armada.
       Em meio a tudo isso, Herodes, o Grande, quando Jesus nasceu, era  Rei da Judeia. No próximo artigo falarei quem foi este personagem e como ele chegou ao poder.
        Para pensar e entender melhor os tempos de Jesus.
        Prof. José Costa.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, O SINÉDRIO JUDAICO.

      O Sinédrio, na época de Jesus Cristo, era uma corte, um conselho, um consistório, por assim dizer, porém, possuía muito poder, de fato, ele transformou-se num tribunal religioso, a semelhança da inquisição na Idade Média.
          Esta assembleia compunha-se de setenta e um homens, pois, segundo a tradição judaica, setenta indivíduos ajudavam Moisés, guiando o povo de Israel. Quem presidia o Sinédrio era o Sumo - Sacerdote, indivíduo que detinha grande poder religioso. Ora, ele era facilmente reconhecido por suas vestes, por onde passava o povo o reverenciava e o respeitava bastante. Era a encarnação viva da lei de israel. Na época de Cristo, Caifás era o Sumo- Sacerdote, genro de Anás, passou dezoito anos no poder, sendo substituído, posteriormente, por Anás, seu cunhado e filho do seu sogro cujo nome também era Anás.
         Este conselho também era formado por Fariseus e Saduceus, falarei futuramente sobre eles, os príncipes dos sacerdotes eram pessoas que haviam sido sumo sacerdotes, também preenchiam vagas no Sinédrio. Na época, este órgão estava subordinado ao Império Romano, que o tolerava até certo ponto, desde que não ferisse os princípios do Estado. Possuíam uma polícia própria, os lictores, cujo poder era aplicar a "justica". Jesus foi julgado pelo Sinédrio como agitador e blasfemador, na verdade, eles temiam perder o poder que detinham na Palestina, por isso, eliminaram aquele que seria "uma praga" para a sua estrutura de poder montada. Esta história se repetiu na Idade Média e se repete hoje, em várias camadas da existência, vale lembrar a estrutura de poder montada do ponto de vista eclesiástico e como ela teme sucumbir diante da verdade da Palavra.
       Para Pensar.
       Prof. José Costa.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, SAMARITANOS.

      A posição dos samaritanos nos tempos de Jesus, é, no mínimo curiosa. Primeiramente, vamos tentar explicar a origem deste povo. Sabemos, por exemplo,  que a Samaria era uma província próximo a  Judéia,  e vizinha da Galiléia. Também sabe-se que este povo não se dava bem com os judeus, não havia uma relação amistosa entre eles. Um ditado da época de Jesus dizia o seguinte: " é melhor comer carne de porco do que um pedaço de pão dado por um Samaritano."
      A questão é: por que esta animosidade entre eles? A resposta exige que voltemos alguns séculos antes de Jesus, especificamente no século oito, quando os Assírios invadiram a região de Israel e levaram cativos os judeus, ora, aos poucos os que ficaram na sua terra, foram  , passando por um processo de miscigenação, logo, a grande acusação dos contemporâneos de Jesus é a de que eles eram impuros, não guardando as leis de Israel e contaminados na sua pureza racial. Além disso, eles adoravam no monte Gerizim, confrontado-se ,assim, com o templo de Jerusalém.
Na época de Cristo eles também lançaram ossos humanos no pátio do templo, contaminando, assim, o Santo lugar, no pensamento dos judeus da época.
      Outro motivo de contendas foi o fato de não apoiarem a reconstrução do Templo de Jerusalém.
      Ao conversar com a mulher Samaritana jesus destrói todo preconceito e revela o fato de que veio para quebrar barreiras e unir povos, mensagem ainda não entendida por muitos.
     Para pensar.
     Prof. José da Costa Moura.

sábado, 4 de agosto de 2012

A FÉ PRESSUPÕE A DÚVIDA...

     Esta é uma das frases do filósofo e teólogo francês Jacques Ellul. Ele foi uma das vozes proféticas do século vinte, escreveu sobre o Cristianismo e sobre tecnologia. Falou da tirania tecnológica. Criticou  o Cristianismo com muita propriedade. Seu livro Políticas de Deus e Políticas dos Homens é uma das pérolas da minha biblioteca pessoal. Ellul foi um pensador singular. "A fé pressupõe a dúvida, a crença exclui a dúvida, a fé não é o oposto da dúvida a crença é." Falou Ellul.
      Ora, a diferença entre fé e crença é evidente.
      A fé não é ingênua; a crença o é.
      A fé questiona;a crença aceita o pacote pronto.
      A fé aceita o sobrenatural, pois, é firme fundamento das coisas que se esperam, daquilo que não se ver; a crença se firma no material.
      A fé não é cultural; a crença é produto da cultura humana.
      A fé se firma no Totalmente outro; a crença, na figura de um totem imantado.
      A fé é firme; a crença é volúvel.
      A fé é de poucos; a crença é de muitos.
      A fé se confunde com a crença, porém, não é cultural, pois, a crença não é, a fé é, porque se firma naquele que é. 
     A fé não é interesseira; a crença é.
     A fé é triunfante, a crença é triunfalista e cheia de fanfarrice.
     Para pensar.
     Prof. José da Costa Moura.
      

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, HEBREUS, ISRAELITAS E JUDEUS.

             Os termos relacionados aos judeus na época de Cristo e imediatamente antes e depois dele possuem um significado particular. Cada um deles tem seu fundamento histórico-espiritual.
            O primeiro termo que farei menção é o de HEBREUS, citado na Bíblia e na História, muitas vezes. 
                A  palavra HEBREUS aparece no livro do Gênesis e em outras partes da Bíblia, que, aliás, possui um livro com este nome, no Novo Testamento. O conceito vem de habiru de origem mesopotâmica, cujo significado é o de peregrino, aquele que cruza. Isto fazia os israelitas lembrarem-se de que foram peregrinos no deserto. Paulo, o apóstolo, chegou a dizer : "são hebreus? eu também ".
              O conceito de israelitas também encontrado nas Escrituras, significa um descendente de Israel, o outro nome de Jacó. Um conservador dos tesouros da fé. Ser israelita era ser um filho da promessa, para o pensamento judeu.
             O termo judeu não é encontrado no Antigo Testamento, apenas no Novo. Foi adotado pelo Império Romano, tem a sua origem no fato de que eles eram os preservadores da fé. Ora, foi a tribo de Judá quem preservou os preceitos da fé quando voltaram do exílio na Babilônia, logo, ser judeu era ser descendente daqueles que haviam preservado as tradições de Israel e tinham ficados firmes na santidade e obediência a Javé.
               Para pensar.
               Prof. José Costa.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A VIDA NOS TEMPOS DE JESUS, PALESTINA.

          Curiosamente, o termo Palestina não se encontra na Bíblia. A versão latina da Bíblia, a Vulgata, de Jerônimo, século quarto lV, fala dos palestinos e do país onde vivem, no entanto, não se refere a  Palestina. Este era um termo desconhecido para as pessoas nos tempos imediatamente antes de Jesus e também para os seus contemporâneos. A Palestina fica no atual Oriente Médio, ou Oriente Próximo. Como todos sabem, não é um país reconhecido oficialmente.
       Ora,  se os contemporâneos de Jesus não possuíam esta consciência, ou melhor, este conceito, como então era chamado território onde viviam? Terra de Canaã era um termo usado pelos patrícios de Jesus, isto lembrava, evidentemente, o território ocupado pelos cananeus, nos tempos de Moisés, Josué, os juízes de Israel, etc. Evocava o fato de que os cananeus eram descendentes de Cão filho de Noé e amaldiçoado por ter visto o seu pai desnudo, segundo o livro de Gênesis. Os israelitas tinham conquistado o território prometido a Abrão, posteriormente chamado de Abraão. Era, portanto, a Terra Prometida.
         Terra Santa também era um termo usado, outro conceito era a terra de Israel, terra de Deus e terra de Judá, significando não só a parte da Judeia bem como toda a Palestina. Tudo isto possuía significado profundo para os judeus nos dias de Jesus.
        Vale lembrar que, o termo palestina foi imposto pelo Império Romano, termo que já era usado pelos gregos, sua origem remonta aos filisteus, palestinos, o todo passou a  chamar-se pela parte, pois, palestinos eram os filisteus da costa da Judeia. 
         PARA PENSAR.
         PROF. JOSÉ COSTA.

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O CRISTÃO ARRELIGIOSO E A IGREJA DEBUTE.

   Já escrevi sobre o teólogo alemão Dietrich  Bonhoeffer em outros artigos. Ele pastor , mártir e teólogo . Foi um dos grandes nomes da teo...