terça-feira, 27 de novembro de 2012

ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA

  A França do século XVIII ainda era absolutamente feudal, enquanto a Inglaterra estava voltada à industrialização, o país francês encontrava-se no absolutismo monárquico, com um rei envolvido em dívidas de guerra e gastando mais do que arrecadava. Ademais, o clero e a nobreza encontrava-se de modo absolutamente parasitário e sem pagar impostos. A burguesia, nome genérico que indicava os grandes comerciantes, pequenos comerciantes, artesãos, agricultores e o resto do povo, estava sufocada pela cobrança excessiva de impostos e pela falta de tato dos governantes.
    A crise climática também contribuiu para a Revolução, pois, com secas que vieram, as colheitas foram profundamente afetadas, gerando perdas da produção agrícola e, consequentemente, aumento dos alimentos, além da escassez.As ideias dos iluministas também contribuíram significativamente para a Revolução Francesa ( que teve um caráter burguês, conforme veremos), pois, o iluminismo pregava contra a tirania dos reis e do Antigo regime. Voltaire, Rousseau, John Lock, entre outros, eram considerados verdadeiros heróis e foram, sem dúvida, os ideólogos da Revolução Francesa.
     Para pensar,
     Prof. José Costa.

sábado, 24 de novembro de 2012

O FUNDAMENTALISMO EM UMA VISÃO CRÍTICA. PARTE II

       O filósofo Hegel, no século dezenove, falou que a possibilidade de pensar é a "razão". Nisto ele estava certo e contribuiu significativamente para a História da Filosofia e da Teologia. Após Hegel a Teologia não foi mais a mesma, nem a História, nem a Filosofia. Falaremos de Hegel em outra ocasião.
     Disse isto porque todo fundamentalista devia aprender com ele.O espírito fundamentalista não permite a possibilidade do encontro, ele quer fazer de sua maneira de pensar uma lei geral. É anacrônico. Hypátia, a filósofa, morreu por causa do fundamentalismo frio dos cristãos de Alexandria, no quarto século ( ver meu artigo sobre ela). Foi o fundamentalismo que levou um líder protestante da atualidade nos E.U.A. a interpretar o furacão Sandy como sendo castigo de Deus pelo fato de Obama ser flexível em ralação aos homossexuais. Isso é que é fundamentalismo declarado, letrismo puro. A letra mata.
        Acerca do fundamentalismo diz o teólogo Paul Tillich, um dos maiores teólogos do século vinte : " Os fundamentalistas confundem a verdade eterna com a expressão temporal desta verdade."
         Para problematizar,
         Prof. José Costa. 

sábado, 17 de novembro de 2012

O FUNDAMENTALISMO EM UMA VISÃO CRÍTICA

       O termo fundamentalismo surgiu no séc. XIX, foi uma reação ao liberalismo teológico da época.Em 1846, por exemplo, surgiu a aliança evangélica, totalmente fundamentalista e anti-liberal.
         Embora o termo não existisse antes, o espírito fundamentalista  sempre existiu. Foi o fundamentalismo letrista dos fariseus quem matou JESUS, na Idade Média o espírito fundamentalista estava lá. Após a Reforma protestante, no século XVII o fundamentalismo tomou conta de várias correntes reformadas. O puritanismo, que começou bem, incorporou a intolerância fundamentalista e perseguiu aqueles que discordavam da sua mentalidade. O fundamentalismo é frio, é castrador, é engessado. Ele não permite o encontro, ele faz do outro o não ente, ou seja, o não ser. Ele confina, enclausura e não permite  o pensar. O fundamentalista é escravo do seu sistema. Ele fala da verdade mas não está disposto a buscá-la. Acerca do fundamentalismo diz o Paull Tillich : " O fundamentalismo fracassa na tentativa de entrar em contato com a situação presente. Não porque ele fale desde além de qualquer situação, mas porque ele fala desde uma situação do passado. Eleva algo finito e transitório a uma validez infinita e eterna. Neste sentido o fundamentalismo tem traços demoníacos ." Continua o Paull Tillich :"Ele destrói a humilde honestidade da busca pela verdade, divide a consciência de seus seguidores... os torna fanáticos." Se você estiver lendo este artigo e for fundamentalista, pensará : "ele é liberal". " Não o lerei mais", todavia, quero dizer que não sou liberal, apenas busco refletir e quero levar a questão para o campo da reflexão, da problematização.
          Para pensar, que lê, entenda.
          Prof.José Costa.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A CONFUSÃO RELIGIOSA NA AMÉRICA DO NORTE, SÉCULOS XV III E XIX

        Os E.U.A. após a sua independência foi alvo do surgimento de várias tendências religiosas que formaram um verdadeiro caleidoscópio religioso.É o que veremos de forma sucinta.
        No princípio do século XIX surgiram os adventistas do sétimo dia, cujo fundador foi WILLIAM MILLER. Ele chegou a conclusão, com base no livro de Daniel e outras partes das escrituras, que a volta de Jesus ocorreria em 1843. Outro nome importante foi Ellen White, que deu um impulso maior ao movimento, principalmente depois do descrédito de Willian após o ano de 1843. A guarda do sábado é o seu principal fundamento. Quanto a esta questão, tenho um artigo já escrito. 
      Outro movimento foi os das "testemunhas de Jeová". Este movimento foi uma expressão do espírito norte-americano que permeava o século dezenove. Ora, este espírito era o espírito de protesto contra o governo, contra as tendências religiosas. Charles Taze Russel foi o seu fundador.Segundo ele as igrejas eram instrumentos do diabo, o governo também. A segunda vinda de Jesus daria-se em 1872 e o fim de tudo em 1914.
         Os mórmons também surgiram neste período. Seu fundador foi Joseph Smith. Segundo ele, um anjo chamado Moroni teria aparecido e mostrado-lhe um local onde havia duas placas de ouro enterradas, ele decifrou as mensagens das placas e surgiu o livro do Mórmons.Posteriormente, Moroni reclamou as placas para si. Aos poucos foram crescendo e expandindo-se para várias partes do planeta. A poligamia pregada a princípio foi sendo deixada de com o tempo. Estes são alguns exemplos da confusão religiosa na parte norte da América. Posteriormente iremos falar sobre o fundamentalismo "a heresia que deu certo".
           Para pensar, Prof. José costa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

REVOLUÇÃO NORTE-AMERICANA PARTE II

        Conforme foi dito no artigo passado, em 4 de julho de 1776 dá-se início a Revolução na América do Norte. De fato, o termo revolução é questionável, pois, as colônias livraram-se do controle da metrópole, porém, não houve mudanças profundas nas estruturas sociais. A escravidão, por exemplo, não foi abolida e o controle do poder político passou paras as mãos de escravistas, principalmente da parte sul. A liberdade tão prometida foi para poucos. No norte, o poder político passou para as mãos de comerciantes. A libertação dos escravos ocorrerá anos depois, de fato, em 1863, durante a guerra de secessão.
        O impacto da independência norte- americana sobre a igreja foi significativo, muitos anglicanos voltaram à Inglaterra, pois, eram partidários da coroa. O próprio Wesley defendia a volta dos líderes metodistas a Europa, vimos que os princípios do anglicanismo nunca saíram totalmente de Wesley. Surgiu a igreja episcopal americana. O metodismo foi ganhando contornos próprios, e, embora tenha sido perseguido como traidores, cresceram. Outro grupo que também teve significativo crescimento foram os batistas. A separação entre sul e norte foi acentuando-se, o que desembocou na guerra da secessão que iremos ver em outra oportunidade.
          Para pensar,
          Prof.José Costa.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A REVOLUÇÃO NORTE-AMERICANA, 1776

    A América do Norte foi colonizada a partir do século dezessete por imigrantes oriundos principalmente da Inglaterra, embora grupos de franceses também saíram de seu país a fim de aventurar-se no "novo mundo". Ora, no século XVII o país inglês estava envolvido em guerras civis, haja vista a Revolução Puritana, a qual já nos referimos em artigos anteriores e muitos, em busca de novas oportunidades e fugindo das guerras civis, migraram para América.
    A princípio, foram fundadas 13 colônias, que viviam com relativa autonomia diante da sua metrópole. A Inglaterra pouca atenção deu as suas colônias, pois, estava envolvida em suas próprias contradições internas. Passando-se o tempo, chegando o século XVIII, surge a Revolução Industrial, pretendo falar deste assunto posteriormente, e a Metrópole foca a sua atenção nas suas terras ultramarinas. O objetivo principal desta nova atenção dada aos colonos era despejar seus produtos industrializados na América.
   Começa o controle. Vários regimentos são enviados à costa americana e a fiscalização aumenta por demais. Além disso, são tomadas medidas para aumentar os impostos, entre elas, a obrigação de compras de selos à metrópole para autenticar toda circulação de literatura colonial. Até baralhos tinham que ser autenticados. Diante deste quadro, os colonos revoltam-se, e, em 4 de julho de 1776, começa a Revolução Norte-Americana, diante deste quadro veremos como houve significativas mudanças na eclésia colonial.
       Prof. José Costa.

domingo, 11 de novembro de 2012

O GRUPO BATISTA DA AMÉRICA DO NORTE, SÉCULO DEZESSETE

        Já afirmamos em artigos anteriores o fato de que os puritanos da América do Norte tonaram-se frios, pedrados, arrogantes e moralistas, é verdade que nem todos participaram deste espírito, toda generalização é perigosa, todavia, a nata do movimento engessou-se. Tornando-se assim, houve vozes discordantes, entre estas vozes estavam um líder sério e cheio de tolerância, chamado ROGER WILLIAMS. Após servir entre os puritanos, Williams declarou que as autoridades civis não possuíam o direito de intervir em questões de consciência religiosa, como era de costume entre o grupo puritano. Perseguido, ele foi refugiar-se em uma colônia chamada Rhode Island onde fundou uma comunidade Batista e começou a viver pacificamente entre os índios da região. Ora, em uma época na qual o pensamento era de que os índios possuíam inferioridade racial, e, portanto, tinham que serem conquistados, ele foi um diferencial. Chegou mesmo a afirmar que muitos índios não precisavam da "revelação do cristianismo" para serem curados espiritualmente. Nisto estava certo, porém, foi perseguido. Wlliams é conhecido como uma voz de protesto e tolerância. Escreveu um tratado chamado DISCUSSÃO DA SANGRENTA DOUTRINA DA PERSEGUIÇÃO POR CAUSA DA CONSCIÊNCIA, datada de 1644. Grande figura. Voz discordante em meio a um mar de intolerância da época, Williams e Wesley, entre outros, fizeram diferença na sua época.
          Para pensar,
          Prof. José Costa.

sábado, 10 de novembro de 2012

WESLEY E O METODISMO PARTE II

        No artigo anterior falamos um pouco sobre o evangelista wesley. Enfatizamos o fato de que ele era filho de um ministro anglicano e como ele reuniu-se a um grupo estudantes da universidade de Oxford sob a liderança do seu irmão Carlos. De fato, o movimento que surgia era uma espécie de reuniões que muitos estavam fazendo para estudar as Escrituras de modo mais aprofundado. Passaram a reunir-se em casas e possuíam uma consciência profunda da sua fé. Os seus observadores deram-lhes o nome de METODISTAS e eles aceitaram tal epíteto. Por isso é que podemos dizer que ele não fundou o movimento, mas,  foi o coração dele, ou seja, deu-lhe um novo impulso. O movimento pietista influenciou Wesley, e o metodismo nascente foi, de certa forma, uma diferenciação diante do gelo no qual se encontrava a igreja. O metodismo foi conhecido desde cedo pelo seu senso de justiça social e pela suas pregações ousadas e cheias de vida, de amor.
             Wesley ainda estava engajado na igreja anglicana, de fato, o Metodismo era uma vertente do anglicanismo, porém, as autoridades anglicanas não viam com bons olhos tal movimento, o próprio Wesley não pretendia desvincular-se oficialmente, porém, foi obrigado por causa do grande crescimento metodista e pela obrigação legal de desvincular-se. Mesmo relutando, saiu oficialmente. Suas pregações eram cheias de paixão e de alegria,  visitou a América do Norte, em especial a Geórgia, após a independência americana, voltou à Inglaterra, os princípios anglicanos nunca saíram definitivamente dele. O metodismo cresceu na América do Norte.
             Prof.José Costa.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

PARA NÃO ESQUECER

       PARA NÃO ESQUECER,
     DEUS NÃO É PENTECOSTAL;   
     DEUS NÃO É EVANGÉLICO;
     DEUS NÃO É CATÓLICO;
     A BÍBLIA NÃO É AMULETO;
     ORAÇÃO NÃO É MAGIA;
     BATISMO NÃO PURIFICA NINGUÉM ( NO INTERIOR);
     HITLER NÃO ERA ALEMÃO;
    A REVOLUÇÃO AMERICANA, NÃO FOI, DE FATO, UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO;
     WESLEY NÃO FUNDOU O METODISMO;
      OS ÍNDIOS NÃO SE CHAMAVAM ASSIM;
     CABRAL NÃO DESCOBRIU O BRASIL; COLOMBO NÃO ERA ESPANHOL;
      MARIA MADALENA NÃO ERA PROSTITUTA;
  A FILOSOFIA NÃO NASCEU NA GRÉCIA ( CONTINENTAL);
      A CAIXA PRETA DO AVIÃO NÃO É PRETA;
      A TERRA NÃO É REDONDA;
      E A ÁFRICA NÃO É UM PAÍS.
      PROF. JOSÉ COSTA.

JOÃO WESLEY E OS METODISTAS

       Ainda estamos falando dos séculos XVII e XVIII, já observaram isto, com toda certeza. Nos artigos anteriores vimos que  boa parte do século XVII foi marcada pelo espírito gelado e engessado do puritanismo inglês, que se transformaram em moralistas. O calvinismo também virou um sistema frio, a tal ponto de muitos calvinistas perseguirem arminianos ao estilo católico medieval. Descartes com o seu racionalismo, o deísmo inglês, etc.
      Diante deste quadro os quakers, na América do Norte toleravam os índios e viviam pacificamente com eles, plantando o seu trigo, a sua aveia. Neste contexto surgiram os movimentos pietistas e moravianos que tiveram grande impacto na vida de John Wesley. E o que vamos ver.
      Wesley era filho de Suzana e de Samuel, um ministro anglicano que inculcou nele os princípios morais do anglicanismo. Quando tinha cinco anos de idade ele foi salvo de um incêndio e sua mãe passou a chamá-lo de um " tição tirado do fogo".  Ele nasceu em 1703, na Inglaterra e desde cedo destacou-se pelas leituras que fazia, principalmente obras de devoção. Em Oxford, passou a ensinar grego e filosofia, nesta época entrou em contato com um grupo de estudantes que passavam a tarde estudando as Escrituras, sob a liderança do seu irmão Carlos. Este contato iria mudar a sua vida profundamente, como veremos no próximo artigo.
       Prof.José Costa.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

VOLTAIRE

        Ele foi se dúvida nenhuma um dos maiores filósofos da sua época ( séc. XVIII).  Voltaire era francês. Testemunhou as guerras de religião do seu país. Aos trinta anos ele foi obrigado a se refugiar na Inglaterra, pois, havia sido preso pelo menos duas vezes pelo fato de criticar a pompa da nobreza. Em Londres ele leu avidamente as ideias de João Lock, que advogava a tolerância religiosa. Voltaire foi a própria alma do iluminismo francês e um dos ideólogos da Revolução Francesa ( 1789), ele foi a própria essência do iluminismo.
          Uma das características mais marcantes deste filósofo foi a sua crítica ao espírito fanático do seu tempo. Chegou a dizer que a intolerância, o fanatismo e o sectarismo eram a patologia da alma. Nisto estava certo. Voltaire soube entender o espírito cristão mais do que muitos que professavam o nome de Cristo. Era um voraz crítico e audacioso.
            Algumas de sua obras são: A MORTE DE CÉSAR; ÉDIPO; TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA; DICIONÁRIO FILOSÓFICO E CARTAS INGLESAS. TAMBÉM ESCREVEU QUESTÕES SOBRE ENCICLOPÉDIA.
           "Insensatos, nunca fostes capazes de render culto puro ao Deus que vos criou! monstros, que necessitais de superstição, como corvos da carniça." ( Voltaire, Dicionário Filosófico).
             Voltaire foi "o cara". Diferente do que pensam, não era ateu.
           Prof. José Costa.   

terça-feira, 6 de novembro de 2012

OS QUAKERS

      O nome lembra  aveia.É verdade. Tem tudo a ver. No século dezessete surgiu um grupo de indivíduos liderados por um homem chamado Jorge Fox, um aprendiz de sapateiro que começou a visitar vários grupos religiosos a fim de observá-los. Com o tempo, este homem começa a pregar e a dizer que as igrejas nada mais eram de que prédios com campanários, nisto estava certo. O apelido quaker logo surgiu, palavra que significa tremer, pois, segundo diziam, ele pregava com intensidade.
       Jorge Fox combateu duramente a pompa no culto, até chegar ao extremo de dizer que os sacramentos não eram necessários, bastava a "luz interior". Ora, é verdade que existe uma supervalorização dos "sacramentos" ( coloco entre aspas para não supervalorizá-los), pois em cristo tudo é sacro, porém, negar o batismo e a ceia não é prudente, embora não possuam valor em si mesmos. Os extremos devem ser evitados.
        O que mais me admira nos quakers são o espírito de tolerância que caracterizavam este grupo, pois, ao chegarem na América do Norte, fizeram o que grande parte dos puritanos não fizeram, conseguiram viver pacificamente com os índios e plantarem as sua aveias. O que existe do espírito de tolerância na constituição Norte-americana nós devemos a eles.
         Prof. José Costa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CALVINISMO E ARMINIANISMO, CALVINO NÃO ERA CALVINISTA E ARMÍNIO NÃO ERA ARMINIANO

      James Armínio foi um teólogo holandês que viveu no século XVII e se propôs a estudar e refutar doutrinas anti-calvinistas. Curiosamente, ele não debateu com Calvino, aliás, quando ele nasceu João Calvino veio a falecer poucos anos depois, quando Armínio era criança. Em meio aos seus estudos reconheceu, segundo ele, que a predestinação tinha por base o conhecimento de Deus. No demais Armínio era seguidor de Calvino, na doutrina da ceia,por exemplo. Os cinco pontos arminiano não foi realizado por ele, pois, já havia falecido quando os fizeram, por isso, que digo que Armínio não era arminiano. Calvino, possivelmente, iria ser contra o título  calvinista, tudo o que ele queria era ensinar a palavra, o calvinismo, portanto, foi produto da mente dos seus seguidores.
       Na época da formulação dos cinco pontos calvinistas ( termo no mínimo curioso) a Holanda brigava com a Espanha, que apoiava os comerciantes arminianos, logo, os calvinistas eram vistos com maus olhos pelos espanhóis. Com a independência da Holanda diante da Espanha, no século XVII, o calvinismo ganhou força, enquanto rolava a assembleia de Westminster, e a doutrina calvinista estava sendo engessada, arminianos eram presos por frios calvinistas fundamentalistas. Praticamente ninguém, ou quase ninguém fala sobre isso.  Existem verdades no "calvinismo", é verdade que a fé é dom de Deus, também é verdade que existe a perseverança até o fim, é verdade que Deus  soberano. Também é verdade que são duas coisas irreconciliáveis , liberdade humana e vontade divina, e explicar isto é inexplicável. "O HOMEM É SÍNTESE DE LIBERDADE E NECESSIDADE" . DEUS NÃO É CALVINISTA NEM ARMINIANO, DEUS NÃO É FUNDAMENTALISTA. Ele é livre. O PECADO É LIBERDADE MAU USADA E DEUS USA O MAU PARA O BEM.
  Calvinismo e arminianismo são sistemas criados pelos fundamentalistas do século dezessete. A palavra é.O fundamento está posto. 
       Quem lê , entenda,
        para provocar e problematizar, 
        Prof. José Costa.

O RACIONALISMO DE DESCARTES, PENSO, LOGO, EXISTO

       René Descartes ( se pronuncia Decartes) era francês. Viveu boa parte de sua vida na Suécia. A base do seu pensamento é o racionalismo, sistema que coloca a razão como suprema juíza de todas as coisas. É famosa a sua frase: "penso, logo, existo. É o cogito, ergo sum. Para o francês Decartes, tudo deve passar pelo crivo da razão, e mais, deve-se duvidar de tudo, menos de Deus e de nós mesmos, pois, se nós pensamos, logo existimos, e Deus é provado pelo fato de que a minha mente tem a ideia de Deus, ora, "nada pode produzir algo maior que si mesmo, logo Deus existe".
       Decartes é famoso na História da Filosofia e na teologia por tentar provar a relação entre alma e corpo. Para ele, o corpo é coisa  extensa e mente é coisa pensante. a relação que ocorre entre os dois é difícil de explicar, porém, ele tentou dá solução ao problema da seguinte forma: quando o corpo entra em movimento, a alma, por uma ação direta de Deus, também se movimenta. este pensamento é conhecido como ocasionalismo na teologia, e é , com efeito, uma das explicações da intricada relação corpo e alma.
       Cartésio ( outro nome para Decartes) era filho da sua época e montou um sistema fundamentalista de pensar, fechado em si, o racionalismo.
    Para pensar, pois, se penso, logo, desisto de certas ideias preconcebidas. Pare problematizar.
         Prof. José Costa.

domingo, 4 de novembro de 2012

O MOVIMENTO PURITANO E O FUNDAMENTALISMO

         A Inglaterra foi palco de um dos movimentos mais conhecidos da História: o movimento puritano. O século era o dezessete e havia um conflito entre parlamento e o rei. Leiam a História que vocês verão maiores detalhes. O puritanismo começou bem, pregava uma volta aos princípios bíblicos, uma vida mais devota, etc. todavia, caiu no fundamentalismo frio. Conforme já disse, o século XVII foi palco da frieza, da rigidez, do dogmatismo castrador e doentio, salvo alguns movimentos que veremos posteriormente, como por exemplo, os quakers e o metodismo de João Wesley ( embora ele não denominasse o seu movimento assim). Estes dois movimentos se afastaram do fundamentalismo e deram vida a igreja. Falaremos posteriormente sobre eles.
        O puritanismo pregava  que o governo de um único homem era tirania e acabou se tornando parte desta tirania quando decapitaram o rei, Carlos I, e impôs uma ditadura pessoal na figura de Oliver Cromwell 1649/1658. Este restringiu o teatro e não concebeu liberdade religiosa ao catolicismo e nem ao anglicanismo. Na América do Norte o puritanismo pregou o DESTINO MANIFESTO, ou seja, a marcha para o oeste, isto significava índios dizimados e expropriados das sua terras. Milhões foram perseguidos. Além disso, poucos sabem, mas, enquanto acontecia a assembleia de Westminster, muitos, em nome desta assembleia, forma perseguidos e encarcerados, pelo fato de serem arminianos. É verdade que houve muitos puritanos não gelados nem fundamentalistas e que eram verdadeiras luzes, porém a nata do movimento gelou e engessou-se. Infelizmente.
     Sem parcialidades e com muita verdade histórica, sem denominacionalismos, quem lê, entenda, prof. José Costa.
            Para pensar.
        

sábado, 3 de novembro de 2012

O SÉCULO DEZESSETE E O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO

             Considero o século XVII como um dos mais contraditórios para a história da igreja. Alguns anos antes, houve a Reforma Protestante, Calvino, Lutero e companhia limitada. Logo após veio a Contrarreforma, já falamos sobre ela, um movimento de renovação da ortodoxia católica. 
             Ao chegar o século dezessete, o fundamentalismo acentuou-se. Ora, já discorremos um pouco sobre ele no artigo anterior. Todo fundamentalista é engessado, ele é capaz de colocar Deus em uma caixa de sapato, de confiná-lo, pelo menos é o que ele pretende fazer. Tentativa inútil. O fundamentalista não é aberto a propostas, ele é radicalista ( diferente de ser radical), ele pensa que a sua verdade é válida, pois, é letrista, não consegue enxergar o espírito do que está sendo dito. O fundamentalismo é morte, ele matou Jesus, estava impresso na mente dos religiosos da época de Jesus. Paulo lutou contra o espírito fundamentalista, Hypátia foi morta por causa dele( ver meu artigo sobre ela). O fundamentalista diz a "sua verdade" sem discernir que o que está sendo dito é erro de interpretação da sua mente, ele é discípulo do seu superego, é pagão na sua essência. É fechado em si. É dogmático, frio, sem vida, cabeça dura e sem discernimento da essência. Ele entende a coisa a sua maneira, a coisa é por que é sem possibilidade de exame. É gelado em si. Os dogmas do século dezessete, muitos deles, tem essência fundamentalista. Veremos mais detalhes no próximo artigo, Para pensar, Prof. José Costa.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A GUERRA DOS TRINTA ANOS. LIGA CATÓLICA UNIÃO EVANGÉLICA E FUNDAMENTALISMO DE AMBOS OS LADOS

        Ela foi uma das guerras mais devastadoras da Europa, envolveu países como a Alemanha, Suécia, França, entre outros. O palco de conflitos foi o Sacro Império Germânico ( atual Alemanha).
               O século era o XVII. Conforme foi dito, no século anterior  ocorreu a reforma Protestante ( ver os artigos anteriores sobre tal assunto). O tempo da guerra vai de 1618 à 1648. Ora, a base de tudo, além de causas econômicas, foi o FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO de ambos os grupos. De um lado, a LIGA CATÓLICA, de outro lado a UNIÃO EVANGÉLICA.O conflito começou quando um grupo de protestantes espancaram uns monges católicos, em meio a uma procissão. O Imperador alemão, do partido católico, se opôs aos príncipes protestantes. Começam "as lapadas". A Suécia acudiu os protestantes e o seu rei Gustavo Adolfo é conhecido na História como um rei tolerante, pelo menos o que menos pregava o fundamentalismo, Queria, de fato, o fim do conflito e o entendimento de ambos os lados.
                 Todo fundamentalismo é uma desgraça, seja religioso ou científico. Seja político ou de outra natureza. O fundamentalista não acredita na possibilidade de mudança, a coisa é por que é segundo os seus princípios fixos. Ele não admite a conversa o diálogo. Toda a verdade deve ser resumida segundo a sua mentalidade engessada.
                 A guerra dos trinta anos ocorreu devido a intolerância e a tirania, de um lado, pregava-se um Deus católico, de outro lado, um Deus evangélico. E Deus não é nem uma dessas coisas ele é livre. A questão é ter consciência da relatividade humana e deixar toda presunção e juízo de lado. Todo orgulho moral. Todo fundamentalismo. E viver em paz, sem julgamentos. Porém com consciência crítica e aberto a possibilidade de rever conceitos engessados e frios em si. Após a Reforma o século dezessete caiu em um fundamentalismo que Lutero, com todos os seus erros, não pregou.  Para pensar. 
              Prof. José Costa.

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O CRISTÃO ARRELIGIOSO E A IGREJA DEBUTE.

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